19 de mai. de 2009

UMA HISTÓRIA SEM FINAL FELIZ

Ela era uma dona de casa tranquila.
Um dia abriu a porta do apartamento onde morava e conheceu um rapaz.
Ele era irmão de sua vizinha e havia mudado pra casa de sua irmã por ser mais perto da universidade aonde estudava.
Um belo rapaz. Estudantede uma universidade pública muito conceituada, inteligente e bonito, muito bonito.
Eles se envolveram. Tiveram um caso.
Um dia ele sumiu. Se mudou de volta para a casa de sua mãe e não deu mais notícias.
Ela se sentiu abandonada, triste, desiludida.
Um dia ela criou coragem e numa conversa com a vizinha perguntou sobre seu irmão.
De repente uma bomba explodiu sobre seu estômago ao ouvir que o rapaz havia voltado para a casa da mãe porque estava morrendo. Ele era HIV +. Contraiu o vírus de uma antiga namorada da sua turma da faculdade.
Seu mundo caiu. Casara virgem e durante toda vida além do seu marido só o envolvimento com esse rapaz que...não sabia o que pensar.
Fez o exame. Agora ela era mais uma.
Largou seu casamento, não se entendia mais com a familia...terminou numa clínica.

Essa é uma história real.

15 de mai. de 2009

PARA ALINE COM AMOR...

Trecho

Quem foi, perguntou o Celo
Que me desobedeceu?
Quem foi que entrou no meu reino
E em meu ouro remexeu?
Quem foi que pulou meu muro
E minhas rosas colheu?
Quem foi, perguntou o Celo
E a Flauta falou: Fui eu.

Mas quem foi, a Flauta disse
Que no meu quarto surgiu?
Quem foi que me deu um beijo
E em minha cama dormiu?
Quem foi que me fez perdida
E que me desiludiu?
Quem foi, perguntou a Flauta
E o velho Celo sorriu.



Vinicius de Moraes

11 de mai. de 2009

SONETO DO MAIOR AMOR

Maior amor nem mais estranho existe
Que o meu, que não sossega a coisa amada
E quando a sente alegre, fica triste
E se a vê descontente, dá risada.

E que só fica em paz se lhe resiste
O amado coração, e que se agrada
Mais da eterna aventura em que persiste
Que de uma vida mal-aventurada.

Louco amor meu, que quando toca, fere
E quando fere vibra, mas prefere
Ferir a fenecer – e vive a esmo

Fiel à sua lei de cada instante
Desassombrado, doido, delirante
Numa paixão de tudo e de si mesmo.



Vinícius de Moraes - Oxford, 1938

10 de mai. de 2009


MOTHER'S DAY

Hoje é dia das mães. Pelo menos é o dia comercial e o dia que as pessoas param pra lembrar das suas.
A minha veio passar o final de semana comigo. Tínhamos vários planos e muitas coisas pra fazer no sábado e domingo, porém no sábado a noite, quando estávamos em família reunidos pra sair pra jantar e comemorar os 33 anos de casamentos dos meus pais, um tio (irmão do meu pai) ligou.
Quando ele ligou, eu já pensei: "Ih, aconteceu alguma coisa!". Não que ele nunca ligue pro meu pai, mas na véspera de uma data comemorativa e num sábado a noite, alguma coisa tinha...
E teve.
A notícia de que um primo havia morrido.
Triste. Ele tinha a minha idade. Não éramos mais próximos a muito tempo. Mas as lembranças da infância rodavam como um filme antigo na minha memória. Passamos muito tempo juntos na infância. É uma pena que meus pais não tem o hábito de fotografar nem de filmar as coisas, porque a memória as vezes falha.
Nossos pais eram muito amigos. Eles sim cresceram juntos e o amor e a amizade que têm um pelo outro fez com que nós desfizessemos nossos planos de final de semana pra ir à Joinville abraçar e tentar confortar esses pais que tiveram que dar adeus a seu filho.
Foi muito triste ouvir uma mãe dizer: "Não fecha esse caixão agora, eu quero olhar mais um pouco porque vai ser a última vez que eu vou ver o meu filho".
Foi muito triste.
Voltamos pra Florianópolis pros meus pais me deixarem em casa e seguirem mais 200km até Criciúma.
Quando eles saíram eu abracei os dois e falei o quanto eu os amava e o quanto eles são importantes para mim.
Vale a pena sempre lembrar, antes que seja tarde.