19 de dez. de 2007

A loucura mora ao lado

Essa semana foi bem tumultuada, como já vem sendo a minha vida desde semana passada. Parece que cada acontecimento é um choque. Às vezes pro bem, às vezes pro mal. Então voltando ao meu comentário sobre o que foi 'bem pesado' na minha 2ª feira...
Eu trabalho com saúde mental. Loucos e loucuras são a coisa mais normal para mim. Vivo bem com isso e na verdade eu adoro. Mas algumas coisas não dá para se acostumar.
Nessa 2ª feira uma paciente que desde que eu a conheço, ha pouco mais de 5 meses, teve de ser pega a força por policiais dentro do nosso ambiente de trabalho por estar em surto psicótico.
Ela é para todos da nossa equipe uma pessoa muito querida. Esta quase todos os dias nos visitando, nos ajuda no que precisamos e gosta muito de ficar por lá papeando.
Há umas duas semanas vimos notando e conversando uns com os outros sobre ela, já vendo uns sinais de que algo não estava bem.
Ela andava agitada, falando muito sobre coisas que nós sabemos que não exite, inventando mil estórias. Até que na segunda pela manhã ela quase agrediu a própria mãe e depois o médico psiquiátra da instituição.
Dava pra ver nos olhos dela que nada estava bem. Ela não estava tomando os remédios prescritos.
Depois de quase agredir o médico e ficar berrando todos os palavrões do mundo pelo corredor, ele indicou internação.
A tarde nós estávamos lá conversando. Ela cantava e dançava pelos corredores quando viu uma ambulância parada na porta. Já se agitou de novo e foi para a cozinha, que fica nos fundos. Eu fui junto para acalma-lá e não deixá-la sozinha com facas.
Então vimos que ela realmente não iria por vontade própria. A família mandou chamar a polícia e dois policiais pegaram-na a força e algemaram. Eu estava ali.
Ela berrava, esperneava, chutou tudo que viu pela frente. Caiu na rua porque não queria entrar no carro da polícia. A força, foi arrastada para dentro da 'gaiola' do carro e se foi. Foi para o hospital, onde sedariam ela para levá-la à internação.
No fim de tudo eu tremia. Uma amiga estava muito nervosa e os outros pacientes choravam.
Realmente uma segunda feira agitada.
No meio da tarde entre todos esses acontecimentos, recebi um telefonema confirmando minha vaga no outro emprego e cheguei em casa, abri meus emails e lá estava outro convite de trabalho...
Foi aí que eu escrevi o post aí de baixo. Agora você já ta entendendo tudo!

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