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7 de set. de 2011

por onde andam as palavras?

Alguma coisa aconteceu com as minhas amigas Palavras e eu não sei o que foi.
Ou elas enjoaram de mim ou estão de birra, greve, qualquer coisa que as façam ficar bem longe dos meus pensamentos. Quem sabe até foram sequestradas...
Será que para fazer as pazes terei que chamar a dona Paixão ou o senhor Sofrimento? Soube por aí que eles estão muito ocupados cuidando de alguns corações despedaçados.
Mas e se elas realmente foram sequestradas? Eu bem que andei percebendo que as primas Cobiça e Inveja estavam a rodear este blog, mas daí a sequestrar as Palavras? Não, acho que não foram elas. Acho que nem foram sequestradas, senão seria muito simples. Pagaria um resgate feito em forma de textos, versos e rimas, sendo levados daqui para um outro lugar qualquer e escondido para que ninguém pudesse ver.
Pode ser que elas simplismente resolveram tirar umas férias. Sim! Foram passear em algum outro lugar, conhecer novas palavras, talvez um idioma diferente, algo que possa servir de inspiração para que elas voltem a brilhar por aqui.
É, faz tempo que não vejo minhas amigas Palavras, e ando sentindo falta delas.

2 de ago. de 2011

José


E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio  e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?



Carlos Drummond de Andrade


30 de jun. de 2011

Riscado


A semana toda está acontecendo aqui em Florianópolis o 15º FAM (Florianópolis Audiovisual Mercosul). O evento conta com exposições, oficinas, fóruns de debate, apresentações de curta e longa metragens, além de vários eventos paralelos pela ilha. Algumas mostras são competitivas, outras apenas de apresentação.
Ontem a noite fui com uma amiga assistir a um longa metragem brasileiro: Riscado. 
Um filme lindo, gostoso de assistir. Que nos envolve com a vida da protagonista. Recomendo o filme e recomendo que todos participem do evento, que é gratuito à população.
Sinopse: (retirada daqui)
Qual a importância da sorte na vida? Quanto esforço e talento são necessários para garantir uma carreira sólida? A sorte é parte do riscado? Bianca é uma excelente atriz, mas sua carreira ainda não deslanchou. Como ganha-pão, ela imita divas do cinema e trabalha divulgando eventos. Após fazer um teste para uma grande produção internacional, Bianca finalmente ganha o papel. Inspirado pela personalidade e o trabalho dela, o diretor do filme transforma a personagem do seu roteiro, em uma versão da própria Bianca, que será uma das protagonistas. Essa é a grande chance de sua vida?

6 de mai. de 2011

celebrando um dos dias mais bonitos do ano

Sinto muito por quem mora em Florianópolis e passou o dia dentro de um escritório/consultório ou qualquer lugar fechado. Hoje foi um dos dias mais bonitos que eu vi esse ano. Céu tão limpo! Solzinho esquentando o corpo e aquele friozinho de início da estação.


Foto tirada em Santo Antônio de Lisboa.

12 de abr. de 2011

O último


Missão não-cumprida.

E foi falhando na tentativa de salvar o romance de seu eterno apuro que me descobri inapto a viver com a cabeça leve. Quanto mais fundo cavamos em busca de significados perdidos, mais difícil e utópica se torna a nossa volta para a superfície. O podre se apega a nós, nos persegue, nos tira a razão e a infinita corrida em direção à luz nos faz perceber em profundidade que estamos TODOS – sem exceção – perdidos como náufragos ao mar. E a luz, sempre à frente, inalcançável, guiando-nos pelo seu trajeto torto e cheio de armadilhas.

Felizes os ingênuos, os burros, e os filhos-da-puta.

Percebo o peso da idade quando sinto em minha mente a presença de cada vez mais pensamentos aos quais eu não posso – ou não consigo – dar vazão. Sempre tive facilidade na hora de traduzí-los em parágrafos, mas esse artesanato leva tempo, é cansativo e, certas vezes, quando finalmente deglutimos um assunto, já somos atropelados pela urgência de uma vida que somos obrigados a viver, do abrir ao pregar dos olhos. A vida passa fulminante enquanto escrevemos sentindo e avaliando o peso de cada palavra. Incapazes de expressar mazelas e exorcizar demônios criados por nós mesmos, adoecemos em lenta morte, infeccionados pelos nossos próprios defeitos.

Escrever aqui foi o que me impediu de fechar os olhos a essa luz. Esbravejar por escrito – mesmo que para destinatários que desconheço – é confortante, justamente quando não me serviam mais as opiniões sensatas. Digo isso porque, afinal, lá no fundo, a gente sempre sabe quando tá fazendo merda. E é nesse ponto que eu discordo de quem diz que somos, essencialmente, bons e puros de espírito. Na verdade, compactuo com a hipótese de que, se não exercermos controle firme sobre nossos pensamentos e atitudes, transformamo-nos em nada mais do que o lodo do lodo. O erro está na nossa alma, e cada descuido é um curativo para as mais-de-mil chagas que se espalham por sua superfície.

Descobrir-se imperfeito, defeituoso e incapaz (e escrever sobre isso) é o que me impede de desmoronar. Essa obra inacabada que todos somos precisa de andaimes, estacas e apoios para se manter de pé. Família, amigos, músicas, drogas… usamos o que temos ao nosso alcance, embora saibamos que jamais estaremos prontos. Jamais.

Viver é perigoso. O mundo é veloz, cruel, e cheio de arestas. Só está a salvo quem está morto.

6 de abr. de 2011

Ponte Aérea


Quando você chegar
Lembre que eu vivo no mesmo lugar
Você não sabe o quanto eu fiquei
Esperando você me ligar
Não sei falar francês
Mas já fiz tanta coisa pra te impressionar
Já fui bandido e já fui heroi
Viajei do asfalto até o mar
Quando você voltar
Me chame pra sair, pra me libertar
Sei que você pensa em me ver
Mas não tem coragem de falar
Errei, mais de uma vez
Mas quem vive essa vida com medo de errar
Quantas vezes eu te procurei
E encontrei alguém no meu lugar
Eu tenho tanto pra dizer
Pra quem não quer me escutar
Eu vou parar de me esconder
Eu vou viver
Quando você chegar
Eu quero o que não posso ter
Até já cansei de esperar
Vou cantar para o mundo ouvir
Não vou desistir
Quando você voltar

10 de mar. de 2011

stalker

facebook, twitter, orkut, blog, fotolog, msn, gtalk, formspring...
midias (anti) sociais que nos põe a exposição de qualquer um a qualquer momento.
Meu nome está em 15 listas do twitter, a maioria de pessoas que eu nunca tive contato. Até esse momento tenho 535 amigos no facebook e tem dias que não acho uma alma pra ir a praia ou simplesmente tomar um café.  Não estou reclamando, não acho ruim. Só fico pensando na capacidade das pessoas "seguirem" a vida da outra. Querer saber, querer participar, opinar, ajudar pessoas que nunca viram na vida.
E a vizinha da porta da frente, você conhece? Você já a convidou pra tomar um café e conversar, falar de filmes, livros, música, da sua vida? Perguntar o que ela faz, do que ela gosta e mostrar o clip novo do Radiohead?
Paredes se tornaram bloqueio muito maior que distância. Conversar e conhecer pessoas frente a frente torna-se cada dia mais complicado.
É, a vida está ficando difícil.
Felizes os que teclam, os que postam e os que estão OnLine.

10 de fev. de 2011

A GENTE SENTE FALTA DAS PESSOAS E AS PESSOAS SENTEM FALTA DA GENTE

Estava eu em minha residência, sendo nerd cotidianamente quando uma amiga veio me perguntar se eu tinha brigado com outra amiga (ambas de uma turma de Luluzinhas da cidade onde meus pais moram). O diálogo foi:
G: Oi amore
D: Oi
G: desculpa eu me meter, mas vc e a Paty brigaram?
D: hã???
(aqui eu paro pra pensar: brigar com a amiga da turma parece uma coisa tão adolescente né? poxa pessoas adultas brigam pra perder amizade?)
G: é que eu li esse texto no blog dela e fiquei preocupada...

aí eu li, 'mocionei e fui correndo falar com ela no eme-esse-ene, né? o que vcs acham que eu faria?