4 de nov. de 2011
7 de set. de 2011
por onde andam as palavras?
Alguma coisa aconteceu com as minhas amigas Palavras e eu não sei o que foi.
Ou elas enjoaram de mim ou estão de birra, greve, qualquer coisa que as façam ficar bem longe dos meus pensamentos. Quem sabe até foram sequestradas...
Será que para fazer as pazes terei que chamar a dona Paixão ou o senhor Sofrimento? Soube por aí que eles estão muito ocupados cuidando de alguns corações despedaçados.
Mas e se elas realmente foram sequestradas? Eu bem que andei percebendo que as primas Cobiça e Inveja estavam a rodear este blog, mas daí a sequestrar as Palavras? Não, acho que não foram elas. Acho que nem foram sequestradas, senão seria muito simples. Pagaria um resgate feito em forma de textos, versos e rimas, sendo levados daqui para um outro lugar qualquer e escondido para que ninguém pudesse ver.
Pode ser que elas simplismente resolveram tirar umas férias. Sim! Foram passear em algum outro lugar, conhecer novas palavras, talvez um idioma diferente, algo que possa servir de inspiração para que elas voltem a brilhar por aqui.
É, faz tempo que não vejo minhas amigas Palavras, e ando sentindo falta delas.
11 de ago. de 2011
10 de ago. de 2011
Onde anda você? (pra melhorar o astral)
E por falar em saudade onde anda você
Onde andam seus olhos que a gente não vê
Onde anda esse corpo
Que me deixou louco de tanto prazer
E por falar em beleza onde anda a canção
Que se ouvia na noite dos bares de então
Onde a gente ficava,onde a gente se amava
Em total solidão
Hoje eu saio na noite vazia
Numa boemia sem razão de ser
Na rotina dos bares,que apesar dos pesares,
Me trazem você
E por falar em paixão, em razão de viver,
Você bem que podia me aparecer
Nesses mesmos lugares, na noite, nos bares
A onde anda você?
Onde andam seus olhos que a gente não vê
Onde anda esse corpo
Que me deixou louco de tanto prazer
E por falar em beleza onde anda a canção
Que se ouvia na noite dos bares de então
Onde a gente ficava,onde a gente se amava
Em total solidão
Hoje eu saio na noite vazia
Numa boemia sem razão de ser
Na rotina dos bares,que apesar dos pesares,
Me trazem você
E por falar em paixão, em razão de viver,
Você bem que podia me aparecer
Nesses mesmos lugares, na noite, nos bares
A onde anda você?
(Vinicius de Moraes)
7 de ago. de 2011
?
Entre uma desesperança e outra vou sobrevivendo.
Tenho amigos, isso é fato. Alguns por mim escolhidos, outros a mim escolheram.
E aqueles que escolhi e não me escolheram? E aqueles que me escolheram e eu não os escolhi?
Como sentir? Como saber que estão sendo amigos? Como saber que não há mentira, interesse e um pouco de maldade nas pessoas que te cercam?
(...)
"A amizade é muito mais trágica do que o amor. Ela dura mais tempo" (Oscar Wilde)
(...)
"A amizade é muito mais trágica do que o amor. Ela dura mais tempo" (Oscar Wilde)
2 de ago. de 2011
José
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?
Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?
E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio – e agora?
Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!
Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?
Carlos Drummond de Andrade
30 de jun. de 2011
Riscado
A semana toda está acontecendo aqui em Florianópolis o 15º FAM (Florianópolis Audiovisual Mercosul). O evento conta com exposições, oficinas, fóruns de debate, apresentações de curta e longa metragens, além de vários eventos paralelos pela ilha. Algumas mostras são competitivas, outras apenas de apresentação.
Ontem a noite fui com uma amiga assistir a um longa metragem brasileiro: Riscado.
Um filme lindo, gostoso de assistir. Que nos envolve com a vida da protagonista. Recomendo o filme e recomendo que todos participem do evento, que é gratuito à população.
Um filme lindo, gostoso de assistir. Que nos envolve com a vida da protagonista. Recomendo o filme e recomendo que todos participem do evento, que é gratuito à população.
Sinopse: (retirada daqui)
Qual a importância da sorte na vida? Quanto esforço e talento são necessários para garantir uma carreira sólida? A sorte é parte do riscado? Bianca é uma excelente atriz, mas sua carreira ainda não deslanchou. Como ganha-pão, ela imita divas do cinema e trabalha divulgando eventos. Após fazer um teste para uma grande produção internacional, Bianca finalmente ganha o papel. Inspirado pela personalidade e o trabalho dela, o diretor do filme transforma a personagem do seu roteiro, em uma versão da própria Bianca, que será uma das protagonistas. Essa é a grande chance de sua vida?
15 de jun. de 2011
cotidiano
Todo dia ela acorda
Todo dia ela caminha
Todo dia ela pega o mesmo ônibus.
Todo dia ele acorda
Todo dia ele dirige pela mesma estrada
Todo dia ele ouve o mesmo noticiário
O fone no ouvido
O barulho da rua despercebido
E o pensamento voando longe
As caixas de som
A mesma repetição
E o pensamento voando longe
Todo dia ela volta no mesmo horário
Todo dia ela põe seu pijama listrado
Todo dia ela deita sem conclusão
Todo dia ele passa no supermercado
Todo dia ele bebe tentando esquecer
Todo dia o dia dele termina sem conclusão
Todo dia ela caminha
Todo dia ela pega o mesmo ônibus.
Todo dia ele acorda
Todo dia ele dirige pela mesma estrada
Todo dia ele ouve o mesmo noticiário
O fone no ouvido
O barulho da rua despercebido
E o pensamento voando longe
As caixas de som
A mesma repetição
E o pensamento voando longe
Todo dia ela volta no mesmo horário
Todo dia ela põe seu pijama listrado
Todo dia ela deita sem conclusão
Todo dia ele passa no supermercado
Todo dia ele bebe tentando esquecer
Todo dia o dia dele termina sem conclusão
13 de jun. de 2011
a arte de ouvir Roberto Carlos
Os hormônios femininos são um universo inexplicável.
Num dia eles te fazem querer mofar na cama, comendo tudo o que vê na frente, se sentindo gorda, descartável, desanimada...aí de repente tu acorda, abre a janela, vê o sol e levanta, toma um banho e sai de casa achando que está chamando atenção de todos os homens pela rua. É a gata da vez!
Há também os dias em que você só quer ouvir aquela música que conta a sua história - sim, porque todas as músicas românticas, bem dor de cotovelo, contam um pouco da história de alguém, não é? Você abre a sua lista e entre Bon Jovi, Radiohead, Marcelo Camelo ou John Frusciante, você acaba mesmo no Roberto Carlos.
Ah, o Roberto Carlos!
Como ele pode entender tão bem o universo feminino e escrever e cantar tudo o que queríamos ouvir?
E lá estava eu, na cozinha, fazendo a janta e ouvindo Roberto Carlos...
Obrigada Mamãe por me ensinar a ouvir as suas músicas!
4 de jun. de 2011
Depois da Enchente
Já não me sinto tão mal em relação ao que disse pra me
manter aqui
Tão longe do seu olhar
Sempre a me criticar
manter aqui
Tão longe do seu olhar
Sempre a me criticar
E se eu disser que não dói tanto assim
saber que já não sou o motivo pra te fazer sorrir
nem quem segura a sua mão
quando já não é preciso dizer mais nada
saber que já não sou o motivo pra te fazer sorrir
nem quem segura a sua mão
quando já não é preciso dizer mais nada
E a vida segue pra mim
Afinal, as contas vão chegar
e meu endereço elas sabem de cor
e você também deve saber
talvez resolva aparecer
Afinal, as contas vão chegar
e meu endereço elas sabem de cor
e você também deve saber
talvez resolva aparecer
E se eu disser que não dói tanto assim
saber que já não sou o motivo pra te fazer sorrir
nem quem segura a sua mão
quando já não é preciso dizer que eu não entendo
não entendo (9x)
você
não entendo
não entendo você
saber que já não sou o motivo pra te fazer sorrir
nem quem segura a sua mão
quando já não é preciso dizer que eu não entendo
não entendo (9x)
você
não entendo
não entendo você
Imagine então se nada mais pudesse nos prender
e eu de fato conseguisse
Enfim viver como deveria ser
e eu de fato conseguisse
Enfim viver como deveria ser
Antes da Enchente
Não foi por mal nem sei porque
Voltar atrás, não sou capaz
Pra onde ir?
Pra quem sorrir?
O que me diz de ser feliz?
Voltar atrás, não sou capaz
Pra onde ir?
Pra quem sorrir?
O que me diz de ser feliz?
Então não vai, não me destrói,
Não vai mais ter uma outra vez,
Não vou chorar,
Então vem dançar,
me leve pra qualquer lugar
Não vai mais ter uma outra vez,
Não vou chorar,
Então vem dançar,
me leve pra qualquer lugar
"Apague a luz, vamos dançar
E esquecer enquanto for durar"
E esquecer enquanto for durar"
Será tão triste quanto seu olhar?
Será tão forte quanto o seu olhar?
Será tão forte quanto o seu olhar?
Não há ninguém como você
E só você me faz sorrir
Já não consigo nem lembrar do mundo antes de você
E só você me faz sorrir
Já não consigo nem lembrar do mundo antes de você
Antes do sol, da chuva, antes de você.
22 de mai. de 2011
9 de mai. de 2011
Bukowskiando
"Sem ambição, sem talento, sem sorte. O que me mantinha fora da sarjeta era pura sorte, e a sorte jamais durava."
"Palavras não são preciosidades, mas sim necessidades."
"Que coisa mais triste, tudo é tão triste - a gente passa a vida inteira feito bobo pra depois morrer que nem besta."
"O que eu odeio é que algum dia tudo se reduzirá a nada, os amores, os poemas. Acabaremos recheados de terra como um taco barato."
"Se o homem pode fazer apenas uma pessoa feliz durante toda uma vida, então sua vida foi justificada."
"Você me inventou e eu inventei você e é por isso que nós não damos mais certo."
"Não há cura para a dor a não ser que você conheça alguém que entende como você se sente e sabe como ajudar.”
"Tentar dar o troco achando que não vai se machucar em dobro mais tarde, é burrice."
Frases retiradas do twitter do @bukowskiDiz
6 de mai. de 2011
fale com ela
Ainda não terminei de ler o livro, mas confesso que estou com um pouco de preguiça.
O livro é na verdade um apanhado da coluna da autora na Folha de SP. Reúne perguntas (daquelas que leitores mandam pra possíveis terapeutas) em que eles sonham que com uma resposta tudo esteja solucionado. É bem escrito, mas é fraco (isso é o meu ponto de vista, ok?) Porque não me interesso em saber "Namoro há 2 anos com um cara em NY. Moro em SP e nunca nos vimos, só nos falamos por internet. Agora ele quer me ver e tenho medo que a magia acabe. O que posso fazer?" Tenha dó. Gente doente que quer se tratar via tirinha de psicoterapeuta de jornal...não. Pra mim não serviu.
Se alguém estiver interessado, eu empresto.
4 de mai. de 2011
o apanhador no campo de centeio
"- Você conhece aquela cantiga: "Se alguém agarra alguém atravessando o campo de centeio"? Eu queria...
- A cantiga é "Se alguém encontra alguém atravessando o campo de centeio"! - ela disse. - É dum poema do Robert Burns.
- Eu sei que é dum poema do Robert Burns.
Mas ela tinha razão. É mesmo "Se alguém encontra alguém atravessando o campo de centeio". Mas eu não sabia direito.
- Pensei que era "Se alguém agarra alguém" - falei. - Seja lá como for, fico imaginando uma porção de garotinhos brincando de alguma coisa num baita campo de centeio e tudo. Milhares de garotinhos, e ninguém por perto - quer dizer, ninguém grande - a não ser eu. E eu fico na beirada de um precipício maluco. Sabe o quê que eu tenho de fazer? Tenho que agarrar todo mundo que vai cair no abismo. Quer dizer, se um deles começar a correr sem olhar onde está indo, eu tenho que aparecer de algum canto e agarrar o garoto. Só isso
que eu ia fazer o dia todo. Ia ser só o apanhador no campo de centeio e tudo. Sei que é maluquice, mas é a única coisa que eu queria fazer. Sei que é maluquice."
(O Apanhador no Campo de Centeio - J.D. Salinger.)
27 de abr. de 2011
fale com ela
Comprei um livro hoje. O título é "Fale com ela"
Não, não é um romance ao qual se baseia o filme do Almodóvar. Quem assina o livro é Betty Milan.
Fiquei curiosa pelas frases que vem na orelha do livro.
"O amor é subversivo"
"Ninguém escolhe ser gay"
"Quem não diz não nunca diz sim"
"Sexo só é bom quando não é obrigado"
e por aí vai...
Parece que são crônicas da coluna da autora na Folha de SP.
Vou lê-lo, depois eu conto aqui.
21 de abr. de 2011
P.S. eu te amo!
Algumas pessoas (bem próximas até) me questionam sobre a minha capacidade de (não)amar.
Há algum tempo escrevi um texto aqui falando sobre como eu sei e posso ser romântica na medida que eu escolha a pessoa certa para poder demonstrar meu romantismo.
Eu sei amar. Sei amar até demais. Sei amar de várias formas.
O problema é que todos falam ou pensam em amor somente na forma romântica e quase carnal entre um homem e uma mulher, e eu não vejo as coisas por esse ângulo.
Quando eu falo de amor, também falo num ar romântico. Mas no romantismo do pensamento. No sonho e no carinho em que estão envolvidos os objetos amados.
Se falo do amor por meus pais, por exemplo, consigo sentir a imensa ternura deles por mim. O cuidado, a preocupação, o zelo por todos esses anos, a dedicação...enfim, tudo de maior em proteção e carinho me vem quando penso neles.
Por alguns amigos eu tenho pensamentos maravilhosos. Que me fazem sentir saudades no instante em que eles me vêm a cabeça. Me faz lembrar de cenas compartilhadas e me faz querer que todos, nesse exato momento, estejam felizes. (Gostaria de tê-los por perto, mas nem sempre é possível)
Uma vez, há alguns anos, pensei estar abrindo mão do meu amor, quando concordei que a melhor escolha seria deixar as coisas acontecerem, que fossem livres para tomar seu rumo...eu estava errada. O amor continuou ali. No início ele se escondeu um pouquinho, talvez por medo de tanta liberdade ou de que se saísse dali, algo poderia tomar o seu lugar. Depois ele foi percebendo que ele podia sair. Que saindo ele poderia conquistar outros espaços. E assim aconteceu. O amor que deixei livre migrou para a área da amizade e os dois juntos fizeram com que eu não deixasse de amar, mas sim, amasse de uma maneira diferente.
Essas coisas acontecem quando o amor é mais forte que o egoísmo, que o rancor, que a mágoa e principalmente que a nossa capacidade de olharmos sempre para o nosso umbigo.
Eu amo sim. Amo muitas pessoas. Algumas delas talvez nem saibam, por não reconhecer que o meu amor é livre. Porque me expresso de maneira diferente. Deixo-os livres porque não quero que voem.
P.S: eu te amo
20 de abr. de 2011
A Partir de Agora
Esqueça tudo que já fez
a partir de agora
Não vamos mais nos permitir assistir
e não viver
Esqueça os livros que já leu
Qualquer beijo que já deu
Nada do que sentimos ontem
vai nos segurar aqui
E nada mais vai ser uma suposição
Não existira limites entre o ceu e o chão
Não há dinheiro que nos faça desistir
De nos livrar de alguém e
Apenas seguir
Esqueça tudo que já fez
a partir de agora
Não vamos mais nos permitir assistir
e não viver
E nada mais vai ser uma suposição
Não existira limites entre o ceu e o chão
Não há dinheiro que nos faça desistir
De nos livrar de alguém
Apenas seguir
Seguindo em frente
Seguindo em frente
a partir de agora
Não vamos mais nos permitir assistir
e não viver
Esqueça os livros que já leu
Qualquer beijo que já deu
Nada do que sentimos ontem
vai nos segurar aqui
E nada mais vai ser uma suposição
Não existira limites entre o ceu e o chão
Não há dinheiro que nos faça desistir
De nos livrar de alguém e
Apenas seguir
Esqueça tudo que já fez
a partir de agora
Não vamos mais nos permitir assistir
e não viver
E nada mais vai ser uma suposição
Não existira limites entre o ceu e o chão
Não há dinheiro que nos faça desistir
De nos livrar de alguém
Apenas seguir
Seguindo em frente
Seguindo em frente
12 de abr. de 2011
O último
(por romanceemapuros)
Missão não-cumprida.
E foi falhando na tentativa de salvar o romance de seu eterno apuro que me descobri inapto a viver com a cabeça leve. Quanto mais fundo cavamos em busca de significados perdidos, mais difícil e utópica se torna a nossa volta para a superfície. O podre se apega a nós, nos persegue, nos tira a razão e a infinita corrida em direção à luz nos faz perceber em profundidade que estamos TODOS – sem exceção – perdidos como náufragos ao mar. E a luz, sempre à frente, inalcançável, guiando-nos pelo seu trajeto torto e cheio de armadilhas.
Felizes os ingênuos, os burros, e os filhos-da-puta.
Percebo o peso da idade quando sinto em minha mente a presença de cada vez mais pensamentos aos quais eu não posso – ou não consigo – dar vazão. Sempre tive facilidade na hora de traduzí-los em parágrafos, mas esse artesanato leva tempo, é cansativo e, certas vezes, quando finalmente deglutimos um assunto, já somos atropelados pela urgência de uma vida que somos obrigados a viver, do abrir ao pregar dos olhos. A vida passa fulminante enquanto escrevemos sentindo e avaliando o peso de cada palavra. Incapazes de expressar mazelas e exorcizar demônios criados por nós mesmos, adoecemos em lenta morte, infeccionados pelos nossos próprios defeitos.
Escrever aqui foi o que me impediu de fechar os olhos a essa luz. Esbravejar por escrito – mesmo que para destinatários que desconheço – é confortante, justamente quando não me serviam mais as opiniões sensatas. Digo isso porque, afinal, lá no fundo, a gente sempre sabe quando tá fazendo merda. E é nesse ponto que eu discordo de quem diz que somos, essencialmente, bons e puros de espírito. Na verdade, compactuo com a hipótese de que, se não exercermos controle firme sobre nossos pensamentos e atitudes, transformamo-nos em nada mais do que o lodo do lodo. O erro está na nossa alma, e cada descuido é um curativo para as mais-de-mil chagas que se espalham por sua superfície.
Descobrir-se imperfeito, defeituoso e incapaz (e escrever sobre isso) é o que me impede de desmoronar. Essa obra inacabada que todos somos precisa de andaimes, estacas e apoios para se manter de pé. Família, amigos, músicas, drogas… usamos o que temos ao nosso alcance, embora saibamos que jamais estaremos prontos. Jamais.
Viver é perigoso. O mundo é veloz, cruel, e cheio de arestas. Só está a salvo quem está morto.
6 de abr. de 2011
Ponte Aérea
(por foradaminhatv)
Quando você chegar
Lembre que eu vivo no mesmo lugar
Você não sabe o quanto eu fiquei
Esperando você me ligar
Não sei falar francês
Mas já fiz tanta coisa pra te impressionar
Já fui bandido e já fui heroi
Viajei do asfalto até o mar
Quando você voltar
Me chame pra sair, pra me libertar
Sei que você pensa em me ver
Mas não tem coragem de falar
Errei, mais de uma vez
Mas quem vive essa vida com medo de errar
Quantas vezes eu te procurei
E encontrei alguém no meu lugar
Eu tenho tanto pra dizer
Pra quem não quer me escutar
Eu vou parar de me esconder
Eu vou viver
Quando você chegar
Eu quero o que não posso ter
Até já cansei de esperar
Vou cantar para o mundo ouvir
Não vou desistir
Quando você voltar
31 de mar. de 2011
Your Legs Grow - e me ajudam pra eu não cair
If you were here
Baby we'd increase the dose
There was no fear
In my room when we got close
Call me anytime you've got a ghost
You're the only person in the world
I feel that way about
And if you move off to the side
I'll get swept back out
Where it's cold but not that deep
Cos your legs grow
Cold but not that deep
Cos your legs grow
There's a lot that rises up
From the bottom of the lake
And its beam has hit me hard
Now i'm wide awake
Where it's cold but not that deep
Cos your legs grow
Cold but not that deep
Cos your legs grow
If you were here
Baby we'd increase the dose
There was no fear
In my room when we got close
Call me anytime you've got a ghost
(Estava eu ouvindo Nada Surf antes de dormir, quando ouvi essa música, que por sinal já ouvi milhões de vezes na vida, parei e pensei: "OMG, ela é quase o txt que escrevi hj!" por isso resolvi colocá-la aqui. Quando eu digo que a música não está me ajudando...)
não solta da minha mão
Tenho saudades de quando eu achava que sabia o que queria. Quando eu achava que, pelo menos uma boa parte da minha vida, aquela que a gente imagina na infância/adolescência; de se formar, trabalhar, namorar, casar e ter uma linda casinha com flores, filhos e um cachorro, já estava resolvida. Tinha uma segurança falsa. Mas para mim, na época, era uma segurança.
Vem os problemas e por algum motivo que talvez não seja o mais importante, mas somado à todos os outros, o chão desaba numa cratera obscura. Tentar ficar em pé parece fundamental para não cair junto com o chão.
Por meses fui tentando ficar de pé. Escorregava, voltava, escorregava, voltava. Até que consegui, por mim mesma, manter-me em linha reta e não mais cair.
Mas o equilíbrio é sem dúvida a parte mais difícil de se aprender na vida. Muitas coisas podem afetar esse equilíbrio e te fazer cambalear ou até mesmo cair. Depois de um ano e meio equilibrada, eis que surge algo tentando me fazer cair. Gritando "Saia desse equilíbrio! Caia e viva um pouco mais suas emoções!"
Não que não se viva emoções quando se está equilibrada, mas ao tombar da corda bamba o frio na espinha é instantâneo e nunca se sabe o que estará lá embaixo.
Me sinto perdida. Muitas vezes querendo descer por mim mesma, muitas vezes querendo me agarrar a qualquer ponto que me traga a segurança de volta para de jeito nenhum me deixar cair.
Os hormônios não me ajudam, as músicas não me ajudam e a corda balançando a todo momento também não me ajuda, muito pelo contrário. Me faz rever o tempo em que escorregava. Me faz pensar nesse tempo em que fiquei de pé. Me faz ter náuseas, dor no estômago, tonturas repentinas e também alguma felicidade. Essa vem ao saber que quando cair, alguém estará lá pra me ajudar a ficar de pé. Alguém amortecerá minha queda. Mas nem sempre essa certeza aparece. Ela vem e vai de uma maneira tão sutil, que as vezes fico me perguntando se ela realmente esteve lá, se por acaso, no meu desespero, imaginei-a segurando minha mão.
Por enquanto me seguro naqueles pequenos pontos de segurança. Mas me sinto zonza, cambaleando e com medo de cair.
10 de mar. de 2011
stalker
facebook, twitter, orkut, blog, fotolog, msn, gtalk, formspring...
midias (anti) sociais que nos põe a exposição de qualquer um a qualquer momento.
Meu nome está em 15 listas do twitter, a maioria de pessoas que eu nunca tive contato. Até esse momento tenho 535 amigos no facebook e tem dias que não acho uma alma pra ir a praia ou simplesmente tomar um café. Não estou reclamando, não acho ruim. Só fico pensando na capacidade das pessoas "seguirem" a vida da outra. Querer saber, querer participar, opinar, ajudar pessoas que nunca viram na vida.
E a vizinha da porta da frente, você conhece? Você já a convidou pra tomar um café e conversar, falar de filmes, livros, música, da sua vida? Perguntar o que ela faz, do que ela gosta e mostrar o clip novo do Radiohead?
Paredes se tornaram bloqueio muito maior que distância. Conversar e conhecer pessoas frente a frente torna-se cada dia mais complicado.
É, a vida está ficando difícil.
Felizes os que teclam, os que postam e os que estão OnLine.
4 de mar. de 2011
Lovers Are In Trouble
Lovers are in trouble
And these troubles have no end
They come alone and in couples
And their forms are different
Everyone's all alone in this lonesome town
I just can't see anyone around
Lovers aren't laid down on their confy, cousy beds
No one talks to each other
They're too busy taking meds
And I just don't know what to do without you
I just don't know what the hell I do
I came from a place where lovers remain lovers
And they love until the end
They love, and love each other
They don't follow any trend
They just don't really want
They just don't really care about
Saying "I'm (so) sorry"
I'm telling I'm sorry
For not being who you want
Not being who you care
I'm not the one you love
Oh, baby, I'm (so) sorry
For not being who you want
For not being who you love
For not being who you care
I don't care
About being perfect all the time
quer ouvir?
Lovers Are In Trouble - Beeshop
24 de fev. de 2011
10 de fev. de 2011
A GENTE SENTE FALTA DAS PESSOAS E AS PESSOAS SENTEM FALTA DA GENTE
Estava eu em minha residência, sendo nerd cotidianamente quando uma amiga veio me perguntar se eu tinha brigado com outra amiga (ambas de uma turma de Luluzinhas da cidade onde meus pais moram). O diálogo foi:
G: Oi amore
D: Oi
G: desculpa eu me meter, mas vc e a Paty brigaram?
D: hã???
(aqui eu paro pra pensar: brigar com a amiga da turma parece uma coisa tão adolescente né? poxa pessoas adultas brigam pra perder amizade?)
G: é que eu li esse texto no blog dela e fiquei preocupada...
25 de jan. de 2011
20 de jan. de 2011
SOBRE AMIGOS, SENTIMENTOS E MSN
Amigos são aquelas pessoas que mesmo sem saber porquê, você ama de coração.
São aqueles que podem passar dias, meses, anos sem se ver, mas que na hora que sentam pra conversar, seja por email, chat ou presencialmente, você tem vontade de contar as coisas mais importantes da sua vida e de saber as deles.
Eles pagam a cerveja quando você ta duro, te ligam pra contar que o filho nasceu, te xingam e não te ofendem, enfim, amizade talvez seja algo inexplicável, porque não são parentes, não são obrigados a conviver com você e nem a te aceitar com todos os defeitos possíveis que possam vir no pacote. Mas eles aceitam.
Hoje conversei com um amigo. Um desses que é mais que especial. Não nos vemos há anos e nos falamos muito pouco nos últimos cinco anos. Eu não sei o que aconteceu pra ficarmos tão separados (apesar de ele estar morando do outro lado do mundo). Mas hoje percebi que ainda somos amigos e que queremos ser. Isso me deixou no mínimo realizada. Feliz seria pouco pra descrever os vinte minutos de bate-papo e a sensação que tomou meu dia. Queria abraçá-lo e poder dizer algumas coisas, mas acho que ele já sabe de tudo.
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